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México e Colômbia rejeitam voos militares com deportados

A Colômbia recusou dois voos militares dos Estados Unidos que transportavam migrantes deportados no último domingo (26), segundo uma autoridade americana ouvida pela agência Reuters. O presidente colombiano, Gustavo Petro, destacou o caso dos brasileiros que chegaram algemados ao Brasil e denunciaram agressões e tratamento degradante por agentes de imigração americanos.

De acordo com a fonte, que falou sob condição de anonimato, um dos aviões, com 80 migrantes a bordo, já havia decolado da Califórnia quando o governo colombiano revogou a autorização de pouso. A decisão ocorreu dias após o México também rejeitar receber um voo militar com deportados, conforme reportado pela imprensa americana.

Petro critica voos militares
Petro reforçou que não permitirá voos militares americanos com deportados em direção à Colômbia. “Um migrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece”, afirmou o presidente no X (antigo Twitter). Ele também destacou que a Colômbia abriga mais de 15 mil americanos em situação irregular.

“Se um país decide deportar migrantes, isso deve ser feito com respeito, em aviões civis”, acrescentou Petro. “A Colômbia exige respeito.”

Rejeição no México e voos para Guatemala
O governo mexicano também suspendeu, na última sexta-feira (24), a autorização de um voo militar que transportaria outros 80 migrantes. Diferentemente da Colômbia e do México, três voos militares para a Guatemala, também com cerca de 80 deportados cada, foram realizados sem interrupções, segundo informações de autoridades americanas à emissora NBC. O México, porém, não detalhou os motivos para sua recusa.

Repercussão no Brasil
No Brasil, o episódio envolvendo migrantes brasileiros deportados dos Estados Unidos gerou indignação. O Itamaraty anunciou no sábado (25) que solicitará explicações ao governo americano sobre o tratamento recebido pelos cidadãos brasileiros.

Os deportados que chegaram a Belo Horizonte relataram situações extremas durante a viagem, incluindo 50 horas algemados, falta de ar-condicionado e abusos físicos e psicológicos. Alguns conseguiram alertar as autoridades brasileiras ao abrirem uma porta de emergência da aeronave e gritarem por socorro do alto da asa.

“Dissemos a eles: ‘não vamos mais viajar nesse avião, chamem a nossa polícia’”, afirmou Denilson José de Oliveira, 26 anos. “Tive muito medo. Parecia que estavam tentando nos matar.”

Resposta do governo brasileiro
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou o episódio como “flagrante desrespeito” aos direitos humanos. Ele ordenou a retirada das algemas dos brasileiros assim que a Polícia Federal foi informada da situação. Além disso, o governo Lula mobilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os migrantes até Belo Horizonte, o destino final previsto para o voo original.

O caso reacendeu discussões sobre os direitos dos migrantes e a necessidade de garantir dignidade e respeito durante os processos de deportação.

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