
Imagem: PT-BA
O vereador Tagner Cerqueira (PT) denunciou, nesta segunda-feira (24), supostas “falhas graves” no processo de inscrições do programa Minha Casa, Minha Vida em Camaçari. A acusação se baseia em um relatório do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (COFMHIS), que recomendou novas inscrições diante das supostas irregularidades.
Mas a denúncia levanta um questionamento inevitável: trata-se realmente de um problema técnico ou de uma manobra política para refazer o cadastro e beneficiar aliados da nova gestão?
O parecer técnico da Secretaria Municipal da Habitação (Sehab) aponta irregularidades nas inscrições realizadas entre agosto e novembro de 2024, período que antecedeu as eleições municipais. Segundo Tagner, o fato de Camaçari ter mantido o cadastramento em pleno período eleitoral já seria um indício de suspeita sobre a lisura do processo.
As falhas citadas incluem duplicidade de cadastros, beneficiando famílias que já haviam sido contempladas, inclusão de candidatos com renda acima do limite permitido e inscrições de pessoas que nem sequer residem no município. Além disso, há questionamentos sobre a não atualização dos cadastros no CadÚnico e a publicação do edital sem aprovação do Conselho Gestor.
Tagner acusa a gestão do prefeito Elinaldo de usar o programa habitacional como ferramenta eleitoral e pede providências. Mas a recomendação de refazer as inscrições levanta dúvidas sobre quem, de fato, pode ser beneficiado com essa decisão. A denúncia tem base sólida ou é apenas um pretexto para interferir no processo e favorecer um novo grupo de pessoas?