O jornalista Rodrigo Bocardi, dispensado pela Globo na última quinta-feira (30), foi alvo de uma investigação interna do setor de compliance da emissora após uma denúncia de assédio moral registrada em setembro de 2023.

A investigação, no entanto, não encontrou provas ou indícios que comprovassem a acusação. Apesar disso, durante a apuração, foram identificadas infrações ao código de ética da empresa, o que levou à recomendação de seu desligamento.
Infrações ao código de ética
Durante a investigação, foi descoberto que Rodrigo Bocardi mantinha uma empresa que prestava serviços para gestões públicas, incluindo prefeituras do estado de São Paulo—mesmo noticiando diariamente temas ligados a essas administrações no Bom Dia São Paulo.
Além disso, ele também realizava media training para políticos e empresários, preparando-os para entrevistas na própria emissora, o que configura um claro conflito de interesses de acordo com as normas internas da Globo.
Desde 2015, quando criou o departamento de compliance, a emissora adota um código de ética rigoroso, que proíbe seus jornalistas de manterem atividades externas que possam comprometer a imparcialidade do noticiário.
O desligamento de Bocardi
Na manhã de quinta-feira (30), Bocardi apresentou normalmente o Bom Dia São Paulo e se despediu dos colegas como de costume, acreditando que retornaria no dia seguinte. No entanto, no decorrer do dia, foi chamado para uma reunião com Ricardo Villela, diretor-geral de jornalismo da Globo, que viajou do Rio de Janeiro para São Paulo para comunicar sua dispensa.
Carreira na Globo
Rodrigo Bocardi estava na Globo desde 1999 e, ao longo da carreira, foi correspondente internacional nos Estados Unidos e desempenhou diversas funções na emissora. Desde 2013, era âncora do Bom Dia São Paulo, sendo uma das figuras mais conhecidas do jornalismo matinal.
Até o momento, Bocardi não se pronunciou publicamente sobre sua saída. Procurado por e-mail, telefone e WhatsApp, o jornalista não respondeu aos contatos da imprensa.
A Globo, por sua vez, afirmou que não comentará decisões de compliance, reforçando apenas que a saída de Bocardi segue as diretrizes internas da empresa.