O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta terça-feira (14) à Procuradoria-Geral da República (PGR) as informações apresentadas pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre um suposto convite para a posse de Donald Trump nos Estados Unidos. A PGR deverá analisar o pedido de liberação do passaporte de Bolsonaro, atualmente retido pela Justiça, para avaliar se ele poderá viajar para participar do evento, marcado para o dia 20 de janeiro, em Washington.
Na segunda-feira (13), os advogados de Bolsonaro confirmaram a veracidade do convite, atendendo a uma solicitação do ministro Moraes, que havia exigido comprovação documental. O pedido foi feito após Bolsonaro informar como prova um e-mail enviado ao seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de um endereço não identificado e sem detalhes sobre a programação do evento.
Convite formal e explicações da defesa
Segundo a defesa, Bolsonaro recebeu em novembro um convite formal do “Hispanic Inaugural Committee” para participar do “baile oficial de posse hispânico”, programado para sábado (18). A petição enviada na segunda-feira incluiu imagens que, de acordo com os advogados, comprovam a autenticidade do e-mail recebido, descrito como um meio oficial usado pela equipe cerimonial do evento.

Imagem Agência Brasil
A defesa explicou que, em celebrações inaugurais presidenciais nos Estados Unidos, é comum o uso de domínios temporários e específicos para envio de convites e comunicações formais. O e-mail apresentado como prova teria sido criado exclusivamente para esse propósito.
A organização do evento, conforme a defesa, está sob a responsabilidade do “Trump Vance Inaugural Committee, Inc.”, que planeja as celebrações da posse de Donald Trump e JD Vance como presidente e vice-presidente. Detalhes adicionais sobre o cronograma e horários seriam divulgados em breve, mas a programação inicial prevê eventos entre os dias 18 e 21, com a posse marcada para o dia 20.
Passaporte retido e investigações em curso
O passaporte de Bolsonaro está retido por determinação judicial devido a investigações relacionadas à sua suposta participação em atos antidemocráticos, incluindo a tentativa golpista de 2022. A liberação do documento depende agora da análise da PGR e de nova decisão do STF.
O caso ilustra mais um capítulo das tensões jurídicas envolvendo o ex-presidente, enquanto o cenário político e judicial segue monitorando os desdobramentos de suas ações recentes.