Governo Federal reduz verba para desastres em meio à crise climática Após um ano marcado por tragédias ambientais como as enchentes no Rio Grande do Sul, queimadas recordes no Pantanal e a seca histórica na Amazônia, o governo federal anunciou a redução do orçamento destinado à gestão e prevenção de desastres naturais em 2025. A verba prevista para o programa de Gestão de Riscos e Desastres será de R$ 1,7 bilhão, uma queda de R$ 200 milhões em comparação aos R$ 1,9 bilhão alocados em 2024. A decisão ocorre no mesmo ano em que o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém, Pará. Cortes e preocupação com prevenção Desde 2016, o investimento médio anual nesse programa foi de R$ 2,3 bilhões. O orçamento previsto para 2025 representa, na prática, um encolhimento. A redução também é visível nas emendas parlamentares voltadas a desastres climáticos, que caíram de R$ 69,9 milhões em 2024 para R$ 39,1 milhões no próximo ano, segundo dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Especialistas alertam que a redução compromete a capacidade do país de prevenir e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Sheilla Dourado, assessora política do Inesc, destacou: “Os recursos são historicamente insuficientes e apenas remediaram situações extremas. É preciso investir em prevenção para atacar não os efeitos, mas as causas das mudanças climáticas.” A falta de prevenção já resultou em custos elevados: em 2024, o governo foi obrigado a autorizar R$ 6,9 bilhões em créditos extraordinários para lidar com desastres climáticos. Regiões vulneráveis e investimentos desiguais Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que Bahia, Espírito Santo e Pernambuco abrigam 42,7% da população que vive em áreas de risco. No entanto, apenas Pernambuco recebeu emendas parlamentares para o programa, com uma verba de R$ 400 mil destinada à contenção de encostas. Enquanto isso, o Ministério das Cidades relatou que a previsão orçamentária de 2025 inclui R$ 658 milhões para drenagem urbana, manejo de águas pluviais e contenção de encostas, um leve aumento em relação aos R$ 639 milhões de 2024. Justificativas do governo Procurados pela reportagem, os ministérios envolvidos declararam que seguem comprometidos com ações preventivas e reativas. O Ministério da Integração afirmou que o volume de créditos extraordinários dependerá das condições climáticas de 2025. Já o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação informou que o Cemaden conseguiu incluir uma proposta de R$ 19,9 milhões no orçamento, apesar de sofrer cortes em 2024, quando a verba caiu de R$ 19,1 milhões para R$ 14,8 milhões. Desafios para 2025 Com a COP30 no horizonte, o Brasil enfrenta o desafio de alinhar discursos e ações práticas para enfrentar a crise climática. Especialistas apontam que investimentos robustos em infraestrutura, prevenção e planejamento são essenciais para tornar as cidades mais resilientes e proteger populações vulneráveis. A redução de recursos, porém, reforça a percepção de que as mudanças climáticas ainda não são tratadas como prioridade na agenda pública do país.
ACM Neto critica “falta de pulso” de Jerônimo Rodrigues e alerta: ‘Baianos e turistas estão em risco por gestos inocentes’
O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, fez duras críticas à gestão do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), em relação à violência no estado. Neto destacou a insegurança enfrentada por baianos e turistas diante de ameaças de facções criminosas, que têm reagido a gestos aparentemente inocentes como sinais de provocação. “Estamos no início de um novo ano, com o verão e a alta estação em plena atividade, um período em que a Bahia recebe visitantes do Brasil e do mundo. Infelizmente, a imagem que estamos transmitindo não é tão positiva quanto gostaríamos”, afirmou o ex-prefeito. Aumento da violência e intimidação Neto apresentou um dado alarmante sobre assassinatos relacionados a supostos sinais ofensivos. “Somente em 2024, houve o registro de seis assassinatos de pessoas que, por fazerem gestos aparentemente inocentes, foram interpretados como afrontas a facções criminosas”, revelou. Ele também mencionou o caso da cantora Duquesa, que precisou retirar um clipe do YouTube por temer represálias de grupos criminosos. “Isso é absolutamente inaceitável. Começamos 2025, e espero que não passemos o ano inteiro tendo que debater este mesmo problema”, lamentou. Cobrança ao governador ACM Neto responsabilizou diretamente o governador Jerônimo Rodrigues pela falta de ação diante da crise. “O governador precisa tomar as rédeas da situação, agir com firmeza e assumir a responsabilidade que o cargo exige. Não pode continuar distante do problema, pois ele é peça-chave para encontrar uma solução”, declarou. O ex-prefeito encerrou enfatizando a urgência de medidas concretas para garantir segurança à população e preservar a imagem da Bahia como destino turístico.
Bolsonaristas utilizam renúncia de Trudeau no Canadá para alfinetar governo Lula
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitaram a renúncia do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, para criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (6). Com comentários carregados de ironia e previsões políticas, eles apontaram a saída do líder canadense, considerado progressista, como prenúncio de mudanças que também atingiriam o Brasil. A renúncia de Trudeau foi anunciada no mesmo dia em que o Congresso dos Estados Unidos certificou a vitória de Donald Trump na eleição presidencial, marcando o retorno do republicano ao cenário político global. Para líderes conservadores, como os bolsonaristas, esse movimento reflete um fortalecimento do conservadorismo no cenário internacional. Provocações nas redes sociais A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, ironizou a situação em uma publicação no Instagram. “Se mais algum líder progressista ou comunista quiser renunciar, aproveite a oportunidade. Fique à vontade, a gente vai entender”, alfinetou. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC), alinhada ao bolsonarismo, destacou a proximidade entre a saída de Trudeau e o retorno de Trump nos EUA. “Agora só falta Lula cair. Os ventos da mudança estão soprando e logo chegarão ao Brasil”, afirmou, em publicação no X (antigo Twitter). Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) comparou o cenário econômico brasileiro ao do Canadá, associando ambos a crises. “Lula, sua hora de ser retirado, pelo povo e pelas vias constitucionais, está se aproximando”, escreveu. Zambelli reforçou que sua visão de uma eventual saída de Lula seria por meio legal, mencionando os desdobramentos de investigações contra Jair Bolsonaro e aliados por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Contexto político e impacto internacional A renúncia de Trudeau ocorre em meio a tensões políticas no Canadá e marca um período de reavaliação do progressismo em diversos países. No Brasil, figuras bolsonaristas têm utilizado o momento para reforçar críticas ao governo Lula e alimentar a narrativa de mudanças políticas em 2026, quando o presidente poderá disputar a reeleição. Enquanto isso, o governo federal mantém foco em avançar sua agenda administrativa, buscando consolidar apoio político e enfrentar a oposição conservadora, que segue mobilizada e atenta às movimentações internacionais para construir narrativas de fortalecimento de sua base.
Secretário-adjunto de Segurança de Osasco morre após tiroteio na prefeitura
O secretário-adjunto de Segurança de Osasco, Adilson Custódio Moreira, foi morto a tiros nesta segunda-feira (6) dentro da prefeitura da cidade, localizada na Grande São Paulo. O autor do crime foi o guarda-civil municipal Henrique Marival de Sousa, que se entregou à Polícia Militar após quase duas horas de negociações. De acordo com testemunhas, o incidente ocorreu ao final de uma reunião de rotina envolvendo a equipe de segurança pública e líderes da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Segundo relatos, Adilson teria convidado os presentes a conversar individualmente sobre questões internas. Henrique foi o último a entrar na sala, onde trancou a porta e efetuou os disparos. Motivação e histórico Informações preliminares da Polícia Civil indicam que o autor do crime estava insatisfeito com sua iminente remoção do cargo que ocupava na prefeitura. Henrique, que era guarda-civil da 1ª classe desde 2015, já teria histórico de desavenças com Adilson. Ação policial e negociação Após o início do tiroteio, os corredores da prefeitura foram interditados, e os funcionários, evacuados. As equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e GCM isolaram o prédio, enquanto o Grupo de Operações Táticas Especiais (GATE) foi acionado para conduzir as negociações. Por volta das 18h20, Henrique recusou abrir a porta para que Adilson fosse socorrido. Durante a negociação, a esposa do guarda foi chamada para interceder. Às 19h35, ele se rendeu e abriu a porta, mas Adilson já estava sem vida, conforme constatou o médico presente no local. Repercussão e continuidade das investigações O prefeito de Osasco, Gerson Pessoa (Podemos), que não estava no prédio no momento do crime, lamentou a tragédia e prestou solidariedade à família da vítima. Ele também afirmou que as circunstâncias do caso serão investigadas para evitar episódios semelhantes. Henrique foi detido e levado à delegacia para prestar depoimento. Ele alegou que “explodiu” durante a discussão com Adilson. O caso segue sob investigação pela Polícia Civil.
Polícia apreende arma de fogo e detém suspeito em Camaçari
Uma operação conjunta entre o setor de Inteligência e a Companhia de Emprego Tático Operacional (CETO) da Polícia Militar resultou na apreensão de uma arma de fogo e na condução de um suspeito à delegacia em Camaçari, nesta segunda-feira (6). A ação foi desencadeada após denúncias de que um homem estaria portando uma arma em via pública. Com base nas informações recebidas, o setor de Inteligência realizou investigações que levaram à identificação do suspeito na Avenida Rio Bandeira. Imagem: Agencia Brasil Com o apoio da CETO, os policiais realizaram a abordagem a um veículo. Durante a revista, foram encontradas munições calibre .38. Questionado, o suspeito revelou o local onde a arma estava escondida. Em seguida, os agentes localizaram um revólver calibre .38, seis munições, três iPhones e um veículo. O homem foi encaminhado, junto com os materiais apreendidos, para a 18ª Delegacia Territorial de Camaçari, onde foram adotadas as medidas legais cabíveis. A Polícia Militar reforçou o compromisso de intensificar ações de combate ao porte ilegal de armas, contribuindo para a segurança da população local.